setembro 13, 2009

Perdas e os presentes da vida.


Estou ouvindo a trilha sonora do filme Paradiso, especificamente Aprés la Destruction. A imagem de perda iminente ou que acabou de transcorrer e ainda pulsa no coração, é imediata. Por que termos tanto medo da perda se a cada dia a vivemos em nosso corpo, nas células que morrem? Nas pessoas que se afastam no ambiente de trabalho, na família, entre os amigos? Nas árvores lindas que floriam outro dia, e hoje estão ressequidas? A perda é um aspecto concreto de nossas vidas. Deveríamos estar acostumados com ela.

Ocorre-me que talvez tenhamos tanta consciência da perda porque esquecemos de ter consciência dos presentes que diariamente recebemos
. Como esta linda música, que minha irmã me manda, ou o café da manhã hoje com a sobrinha que há tanto tempo estava longe, ou o encontro com uma pessoa do bem, ontem à noite, ou as árvores que estão começando a florir no parque onde hoje caminhei ou o sonho maravilhoso que tive esta noite, em companhia de entidades espirituais que me faziam sentir uma outra dimensão.

Posso contar no dedo as perdas, e até falar sobre elas, horas e horas, em um papo de boteco. Mas levaria dias para contar tudo que ganho, pois é tanto, e de valor tão imenso, que não conseguiria alcançar o tempo em que me chegam os presentes...

Um comentário:

Som disse...

A sincronicidade das reflexões individuais...
Hoje eu refletia sobre a ampliação da consciência na maturidade. Como determinadas condições de vida, inclusive biológicas, nos fazem ter uma percepção diferenciada e ampla da vida. Não são mais as moléculas hormonais que respondem em nossa consciência, mas uma sabedoria “mais acima” disso. Como se para cada célula material que morresse, nascesse uma nova, no mundo da imaterialidade, tão sensivelmente presente agora.